"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

sábado, 18 de dezembro de 2010

Anna e o Livro III

Mas por um momento a chuva cessa. Acabou o momento místico dela cair por terra? "Não", responde para si Anna, as coisas boas guardamos consigo por mais que elas terminem, de alguma forma permanecerão listadas em mentes, coração ou livros. E assim, segue a vida. Cecília ainda se perde em querer manter a cordialidade ou em querer partir à clandestinidade. Às vezes, por falta de norte, redirecionamos os passos ou perdemos os rumos. É que o mais fácil acabamos acostumando, esquecendo que o difícil, este é que nos merece, nos cicatriza. E os passos vão se findando atentamente. Anna parece já esquecer os desdéns que tivera, coloca-se agora em provação. Eis o lamento do querer: tentar idealizar o corpo que te satisfaz ou fazer de um corpo que te atrai, o livro escrito, por vezes lido?


E Anna continua a pensar. Sentada sobre o jardim de Irineu. E quase em deleite, ouve uma voz. Mais uma vez, a consciência em seu ombro a descansar.



Por: Ana Paula Morais

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