Daquilo angustiado, prende o peito
na cama farta que me arfou a morte,
agora alegra os passos da partida.
Dos meses em cacos, perfurando olhos
nos riscos da retina ouve-se a voz
"Alivia mais a cada privação sentida".
No chão, escoro as costas, cansada,
do verme manto do desprezo
da alegoria infame dos beijos.
Hei de ouvir o eco do nó desatado
"Aproveita a chuva e liberta-se, amada!"
- Teu sangue bebi, amaldiçoada.
Lambi os dedos engatilhados,
com verdades mesquinhas expostas no pó,
varridas ao vento, esfacelaram-se.
Correndo sob a nuvem, na chuva,
vesti tua lama e andei nas ruas,
cuspi o inferno, brandei a lua.
[ Em vidas passadas, li uma vez
eu era curandeira em outro país.
Pobre, simples, curava as dores,
do mundo, da carne, dos homens famintos.
- Mas, ó que desatino o meu,
guardei minha cólera para esta vida terrena,
que agora me mata, sem cura à vista! ]
Lavei os pés ao chegar em casa,
molhada da chuva em meados de julho,
agora me prende essa chuva fina,
me nega o sol para respirar a vida.
Dois versos são reais, e mais reais foram sua vida.
Que a mim cegou tão longínquo tempo,
agora desnuda teus olhos mendigos,
de afeto e beijos regados à vela.
Partiu, serena, tão jovem donzela,
que donzela não mais era,
por rasgar-se tanto,
de pranto, de medo,
de desengano.
Por Ana Paula Morais.
Oi...é sempre extenuante e degustativo ler suas escritas....agradecemos a continuidade;
ResponderExcluirOlha que doidera, pq sei que não te, a ver5 com o conteúdo do teu blog, então fica a título de informação...rsrsrsrss; me convidaram a participar de uma TAG (nem sabia o que era isso...rsrsrsrs) mas acabei participando, achei interessante! Aí citei o seu blog na referida TAG, dá uma olhada lá, mas fica a vontade pra seguir a "brincadeira" ou não!
O que vale é a interação! Grande abraço.
http://orquideas-bromelias.blogspot.com.br/
Jalon querido, adoro quando você comenta aqui é sempre um prazer. Darei uma olhada na TAG sim rs Beijão!!
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