"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Morrer na praia

Intrometer-se.
Fingir estar escrevendo, imaginar você lendo.
Atento.
Um texto pequeno. Sem nada.
Nada vivo, nada salgado, nada amigo.
A tristeza da falta da escrita, do desejo de impulsar.
Temer a palavra quando pronunciada com e cincunflexado.
Maldito. Azarado, somos nós. Neste momento esquecido o verbo porque o nome agora está sendo lido com ódio de um Brasil tão maltratado.
Sair da rota. Arrotar.
Comer. Andar.
Rotinizar palavras. Inventar. Barbarizar.
Alcançar o quê?
Sei lá.
Partir. Ficar.
Cair no meio, deitar e rolar.
Sem rimas. Sem desejos.
É só um texto.
Sem fim, nem começo.





Por Ana Paula Morais