"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Engano meu

Obrigatoriamente servi o chá gelado por volta das  16:30 do sabádo. Limpei a mobília como de costume e organizei os porta-retratos virados para a porta. Pensei em encher a caneca, mas teria assunto demais para pensar até esvaziá-la. Então pensei no que poderia pensar por onze minutos, e resolvi por fim ao pensamento antes de passar o momento. Elenquei três situações novas e fui molhando os lábios e enxugando-os com a língua. Quanto estava a ponto de multiplicar o pensamento vezes mil, coloquei a caneca cinza no chão e deitei no chão com as pernas em cima do sofá. Respirei e resolvi: "Por hoje é só"! E nesse momento atraí a traição. Ela estava ali o tempo toda, sedenta como um imã. Cravou seus dentes no pensamento, o fez ardiloso, inquieto e insano. Com mais dois dedos do chá, não teria conquistado esse momento. Sorri envergonhada e conclui que: "é mais fácil pensar o pensamento do que tentar enganá-lo".

Por: Ana Paula Morais



3 comentários:

  1. Gosto demais quando você escreve algo com conteúdo subentendido, subliminar. Muito bom. Téo Santos.

    ResponderExcluir
  2. ta uma coisa fina, ta de parabéns é das Alagoas mermo!

    ResponderExcluir
  3. Oi Ana.

    Essa Literatura-Arte que em ti reside é digna dos sábios, mas especialmente daqueles que se sensiblizam com as coisas simples da vida.
    Parabéns pelo blog...um dia eu vou devorá-lo por inteiro.
    Abraço.

    ResponderExcluir

Um beijo pelos dedos que aqui escrevem, um Queijo pelo suspiro aqui postado.