"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Que poeta eu sou?

O desejo de escrever muito sobre algo às vezes é sanado pelos nossos sentimentos. É como se ficassem inertes e gritando à mente tão forte que não nos permite transpor em letras. É como uma moeda, ou sente, ou escreve. Mas que pecado maior não poder exprimir, compartilhar em versos os desejos ocultos da alma, do corpo e do coração. É como um gozo único, sentido e guardado no íntimo dos pensamentos. Eu quero escrever e isso a mim não me basta. Eu sinto, enlouqueço e isso a mim não me basta. Existirá uma certa dosagem para escrever? Sentir até certo ponto porque se aumentar a sede, o desejo vira miragem? Ah, mas que desconforto o meu em querer falar um pouco das tantas vozes que me acompanham durante o dia, e desanimada, enfim, calar a emoção. Que tipo de poeta eu sou se minha mente seleciona os fatos, de modo egoísta, guardando em chaves os meus sentimentos? Perdão pelas vezes que me desconheci e a ti omiti tamanho desejo de gritar as paixões, os delírios, as faltas. É que meu coração instável, quanto mais se programa, mais dorme na cama.



Um comentário:

  1. Lindo, Paula! Eu tive um professor que costumava dizer que os grandes escritores são aqueles que não se deixam "aparecer" em suas obras, em termos de literatura. Sim, talvez seja isso mesmo, mas como escrever sob o signo de nossas almas sem nos reconhecermos no desconhecimento? Porque é assim... A gente escreve, se reconhece, e ao mesmo tempo se estranha. Acho que o que importa, no final, é a intensidade =)

    ResponderExcluir

Um beijo pelos dedos que aqui escrevem, um Queijo pelo suspiro aqui postado.