Eram duas senhoras ao meu lado. Uma aparentemente com 50 e
poucos anos, muito simpática e conversadeira. "Desculpa se eu converso
muito viu, moça? É que só assim o tempo passa mais rápido". Mas não é que
eu desgostei do jeito dela. O fato é que às 6 horas da manhã, o cérebro ainda
está metade na sua cama e a outra metade ainda acordando. A outra senhora era
mais quieta. Parecia ter uns 60 e poucos anos. E as duas puseram a conversar.
- É a primeira vez que a senhora vem nesse médico, né? - pergunta uma delas
retomando a conversa sobre o nome do médico.
- É sim. Por isso que eu não sei o nome dele. Vou saber hoje quando eu for, né?
- É sim. Oia, meu marido também tem problema de cabeça, visse? De vez em quando
ele fica esquecendo as coisas, mei cansado...
- E é, né? Apois eu tô desse jeitinho. Esquecendo as coisas, às vezes nem sei
onde eu tô... - diz balançando a cabeça com uma certa tristeza com tal
afirmação.
A outra senhora ouve tudo muito atenta e se sensibiliza com o desgosto da
"amiga" em andar meio esquecida.
- É, mas meu marido é novo. Tem só 87 anos...
A outra olha assustada e repete com a boca cheia:
- E eu tenho 67!
Nessa hora, tive que conter o momento vergonha alheia.
Por Ana Paula Morais
Imagem retirada do site: www.otempo.com.br
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