"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

sábado, 25 de junho de 2011

Sobre o Filme: The Notebook (Diário de uma Paixão)

 The Notebook
Diário de uma Paixão

Título original: (The Notebook)
Lançamento: 2004 (EUA)
Direção: Nick Cassavetes
Atores: James Garner, Gena Rowlands (Allie Hamilton) Rachel McAdams, Ryan Gosling, Heather Wahlquist.
Duração: 121 min
Gênero: Romance
Status: Arquivado 
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/diario-de-uma-paixao/



O filme The Notebook, ou Diário de uma Paixão, de Nicholas Sparks é um romance ingênuo que nasce entre dois jovens de "mundos" diferentes. Allie Hamilton (Rachel McAdams), é uma adolescente rica e Noah Calhoun (Ryan Gosling) um cortador de madeira. Allie está passando férias na cidade que Noah mora. Encontram-se e a princípio Allie o despreza. Porém, surge aí uma história linda de paixão, destino e escolhas. No decorrer do filme, Allie retorna a cidade que morava com o coração partido e na ilusão de "continuar" com Noah. No entanto, o destino parece ter reservado surpresas a ambos que acabam mudando o curso do romance. Mas como todo bom romance, o final é lindamente pensado e finalizado com louvor. 
A história ingenuinamente construída e, por vezes, intensamente adocicada no quesito "Amor verdadeiro" acaba prendendo atenção e convidando a se "jogar" no filme e viver o romance. 
É uma história doce e comovente que idealiza e torna as decisões difíceis e simples simultaneamente. O filme incorpora sentimentos imediatos e impensados que o amor propicia. Cenas de amor, intensidade, cumplicidade, e mais ainda, um amor sem barreiras que enfrenta tudo e todos para ficarem juntos. O filme incita a vontade de amar, de querer entregar-se ao amor de maneira inconsequente, no sentido de amar sem limites, sem dúvidas ou questionamentos. A história faz com que suspiros e desejos guardados em nós tomem vida. Até as mais simples ideias utópicas sobre o amor passam a ser consideradas. Mas rapidamente, depois da chuva de amor incondicional, percebemos o quanto o filme "idealiza" o sentimento amor. Idealização que parte do ponto de vista de viver o presente e desconsiderar quaisquer que sejam os fatores que possam interferir em um relacionamento.  Lembrando que essa visão de idealização do amor está sob minha visão, sobre minhas reflexões sobre o mesmo. Existem duas condicionais presentes no filme: O amor por convenção ou o amor por paixão. Qual deles escolher? E quem disse que o amor pra ser amor precisa de uma condicional "ou"? E isso daria aqui uma outra discussão. O amor pode ser construído quando nos dispomos a isso. A maioria das pessoas acreditam que o amor verdadeiro é aquele que nos cega, que nos deixa sem escolhas, que nos faz entregar sem qualquer pensamento/sentimento negativo ao seu respeito, destituído de qualquer realidade contrária a ele. E é esse o amor que o filme prega. E porque não sentí-lo por duas horas e deixar o peito latejando e desejando amar e ser amada? Se esse é o ponto, o X da questão, marquei em CAIXA ALTA! Um filme para se deliciar e se entregar. Um filme para amar.
Por Ana Paula Morais.

Sobre Karenin

"É um amor desinteressado: Tereza não pretende nada de Karenin. Nem mesmo amor ela exige.  Nunca precisou fazer as perguntas  que atormentam os casais humanos: será que ele me ama? Será que ele gosta mais de mim do que eu dele? Terá gostado de alguém mais do que a mim? Todas essas perguntas que interrogam o amor, o avaliam, o investigam, o examinam, será que não ameaçam destruí-lo no próprio embrião? Se somos incapazes de amar, talvez seja porque desejamos ser amados, quer dizer, queremos alguma coisa do outro (o amor), em vez de chegar a ele sem reivindicações, desejando apenas sua simples presença."
(KUNDERA, 1985, p. 298-299)