"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um balde


Há quem precise de palavras que arrematem uma vida ou uma esperança.
Como também há quem dispense beijos rodados na esquina com juras quebradas de tesão.
Outros dirão "Essencialmente, permaneço em mim", vozes, responderão "Ali, aqui...".
Há algo que não é descrito, sentido, visto ou falado, o desconhecido. Houve mundos felizes com pessoas agraciadas pelo amor, perdão e compaixão: um quadro rasgado.
Ouve-se "Sejam felizes", "Corram" "Libertem-se" "Viva" em frente a crianças brigando por um brinquedo quebrado.
Nega-se amor, perdão, aperto de mão, carinho, audição. Choramos música, vídeos, filmes de nossas vidas em nossos sonhos.

Derrame agora esse balde em mim. Cubra-me com teus beijos. Agarre-me no último suspiro. Cante para mim em meu ouvido. Carregue-me nos braços rua afora. Molhe meu corpo com a chuva. Grite o que negas a cada instante. Liberte seu lado imperativo.
Depois vague, vague em meus sonhos.
E acorde-me.

Por: Ana Paula Morais

Música: Once
Artistas: Glen Hansard e Marketa Irglova

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Um beijo pelos dedos que aqui escrevem, um Queijo pelo suspiro aqui postado.