"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Prece

Esperando piedosa a cor voltar às maças do rosto. Tremi só de pensar em não resistir ao novo milênio. Os fogos queimaram todo o céu com cores variadas e sons típicos. Crianças correndo e caindo enquanto recebem sorrisos e gritos dos pais. Uma tela enorme com recortes de vida de cada um, ali, se estendendo à visão do mundo. Nobres pais abraçando os filhos e outros calados segurando um terço. Famílias sentadas à porta brindando amores, paz e segredos. Casais aos beijos rodopiando no meio da rua, outros paralisados soltando as mãos. Migalhas estendidas às pessoas nas calçadas, outros de tão deslumbrados, pedindo a Deus sua salvação. Não há com o que se preocupar. Gritamos "Again" no entrelaçar dos segundos. Os animais parecem extintos. Encolhidos no fundo do quintal ou arregalados, espelhando o medo. Mas o principal estava por desvendar-se: Sê. No encontro dos lençóis não pedi mais do que isto: o desencanto do passado, o brinde ao amor largo.

Por Ana Paula Morais

Um comentário:

  1. E que prece, hein! Digna das grandes letras. Parabéns Ana...pelo talento e confiança!

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Um beijo pelos dedos que aqui escrevem, um Queijo pelo suspiro aqui postado.