"E não maltrate muito a arruda, se lhe nçao cheira a rosas..."

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mudança de nome do blog

Olá, caros amigos leitores que viajam comigo no ramo poético e acompanham minhas insanidades aqui escritas. Venho informar a vocês a mudança de nome do meu blog. O blog se chamava capitulandoideias.blogspot.com.br e agora se chama amorfinando.blogspot.com.br. Isso se deve a alguns motivos que quero relatar para vocês.


Quando resolvi fazer o blog em 2010, queria que ele tivesse como registro o nome Capitu, remetendo à Capitu de Machado de Assis, como uma mulher sedutora e dissimulada, sendo neste caso, referida  às palavras. Como já havia um blog com este nome, saí criando variações que chegou a capitulando =  (dissimulando, captando) + ideias = capitulandoideias.

O título do blog A [mor] fina, veio da junção de duas palavras: Amor e Morfina.
Amor no sentido real da palavra como um sentimento múltiplo de desejos e plenitude, maior motivador poético dos poetas. E a Morfina que é uma droga usada para combater a dor. Como inegavelmente o Amor está ligado a dor e que estes convivem em harmonia, achei por mérito deixá-los como sendo o título.

Com nome e título do Blog concluídos, eu gostei dos nomes. Achei-os criativos. Porém, o nome do blog capitulandoideias.blogspot.com.br gerou e vem gerando certa dificuldade entre as pessoas em gravar o nome, fazendo com que venham a mim novamente perguntar o nome do mesmo. Mesmo tendo percebido isso a um tempo, resolvi deixar o nome pois contiuava achando-o único e diferente.

Esses dias, enquanto dava uma repaginada no blog, resolvi tirar algumas coisas, colocar outras e resolvi repensar o nome do blog. Então me veio à mente colocar o mesmo nome do título que ele tem: A [mor] fina. Então, ficou amorfinando.blogspot.com.br que seria amorfinando, curando a dor com amor.

Achei que ficou mais leve, deu mais sentido ao blog. Acredito que facilite mais a vocês queridos e amados leitores. Espero que vocês tenham curtido, que gravem e me visitem sempre. Meus delírios são alimentados pelos seus. Venham e voltem quando quiserem.


Amorfinem comigo!

Que poeta eu sou?

O desejo de escrever muito sobre algo às vezes é sanado pelos nossos sentimentos. É como se ficassem inertes e gritando à mente tão forte que não nos permite transpor em letras. É como uma moeda, ou sente, ou escreve. Mas que pecado maior não poder exprimir, compartilhar em versos os desejos ocultos da alma, do corpo e do coração. É como um gozo único, sentido e guardado no íntimo dos pensamentos. Eu quero escrever e isso a mim não me basta. Eu sinto, enlouqueço e isso a mim não me basta. Existirá uma certa dosagem para escrever? Sentir até certo ponto porque se aumentar a sede, o desejo vira miragem? Ah, mas que desconforto o meu em querer falar um pouco das tantas vozes que me acompanham durante o dia, e desanimada, enfim, calar a emoção. Que tipo de poeta eu sou se minha mente seleciona os fatos, de modo egoísta, guardando em chaves os meus sentimentos? Perdão pelas vezes que me desconheci e a ti omiti tamanho desejo de gritar as paixões, os delírios, as faltas. É que meu coração instável, quanto mais se programa, mais dorme na cama.



sábado, 7 de julho de 2012

O erro

O erro é como um risco fora da linha, 
as vezes apagado, ainda fica o rastro,
mas no fim do texto, nem será lembrado.

É como trocar o ch pelo x,
falar bonito num recinto,
pra que ninguém torça o nariz.

Pode vir num buraco da blusa,
que a linha e agulha costuram,
e no fim das contas, não importa
porque todo mundo a usa.

Conhecer o erro é exatamente preciso,
pra traçar um novo caminho,
e desenhar um novo riso.

Se com o erro não se aprende,
e os acertos são em vão,
é que nem sempre se entende,
o valor de um perdão.

Por Ana Paula Morais




segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Um nome pra o que sou? Importa muito pouco. Importa o que eu gostaria de ser. Não, não sou russa. Eu sou brasileira. Muitas pessoas pensam que eu falo dessa maneira por conta de um sotaque russo, mas é que eu tenho a língua presa. Há possibilidade de cortar, mas meu médico disse que dói muito."

Lispector 

 

quinta-feira, 21 de junho de 2012



"O amor não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço."

Quintana

 

 




terça-feira, 29 de maio de 2012

A velha roupa morna

Estava terminando o último gole do jantar, quando senti o sabor salgado chegando à boca. Ainda bem que o café ainda estava quente pra não quebrar o açúcar com o sal. É estranho estar sozinha à mesa. Estou acostumada com palavras saltando aos ouvidos, conversas batidas do cotidiano, risos e falações dos vizinhos. Mas hoje preferi estar sozinha, porém acompanhada de mim, que já estava falando o bastante. Lembrei das épocas da faculdade, dos risos incontáveis com os amigos, das aulas perdidas, hoje lamentadas, dos choros contidos pelo corredor... Imaginei como se cada ato tivesse mudado, nem que fosse um segundo atrasado, poderia ter ao menos me privado de ver as coisas que eu vi, ou de sentir aquelas que presenciei.

 [...]


Mas acabou o café pra continuar a história, a noite fria me aperta o peito, sinto falta de tudo que vivi e sonhei, das chatices que criei e matei. Hoje, queria ao menos largar um sorrisinho de canto, tímido, mas os dentes cerrados me calam a boca. Mas o choro se espalha e molha a roupa.
 Por Ana Paula Morais



Montagem

Hoje eu queria ter um sorriso de um palhaço,
fazer chorar, sorrir em contrários,
pregar uma peça, falar bem da vida,
ter amigos, usar roupas coloridas,
pra disfarçar o peito, a dor nas costas,
o frio da alma.

Ser picareta, fazer pirueta, cair,
embolar, fazer rir até chorar.

Queria bestagem de criança,
correr, pintar o sete,
colorir o asfalto, pra só assim,
apagar as lágrimas que eu senti,
apagar o ser que habita em mim.

Por Ana Paula Morais.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ser

Ao passo que se angustiava, sorria sem parar. Era a vergonha tomando conta do rosto e travando os dedos. "Como é que pode algo assim tão íntimo revelado sem culpa e sem dor?". Acabar com essa história de gêneros, o gênero aqui é só um: PESSOA! Gente mesmo, sabe? De carne e osso, de amor e de ódio, de hipocrisia e revolta. O que se quer mais da vida? Viver!


Por Ana Paula Morais

sábado, 5 de maio de 2012

A estrada

Dos verdes campos que me perfumam,
Ora secos, ora úmidos,
Veredam por mim com suas angústias,
Trazendo a mim pequena infortúnia.

No que me acompanho, esmoeço,
Pois no seu tamanho, as vistas enfraquecem,
E adormeço sonhando teus fortes ventos.

E que longas estradas passo a namorar,
Enquanto elas sorrindo, me acalmam a viajar.
No caminho ao meio suo a tua jornada,
fechando os olhos aqui, acolá...

[Não temas, menina, estás a chegar,
seguro tua mão e respondo o que assuntar,
sou longa, sou curta, basta rabiscar.

Agora, porém, tu vais a desembarque,
Te digo, também, não te esqueças de cá,
depois os segredos que guardo no tempo,
aos poucos, comigo, vão se revelar...]

De olhos abertos,
Agora no chão,
Mal posso sentir,
Parei na contramão.

Por: Ana Paula Morais


quarta-feira, 11 de abril de 2012

"A verdadeira natureza do obsceno é a vontade de converter."
 Hilda Hilst